Neste dia, Sexta-feira Santa, celebramos a Paixão e Morte de Jesus, o silêncio, o jejum e a oração devem marcar este momento. Ao contrário do que muitos pensam, a Paixão não deve ser vivida em clima de luto, mas de profundo respeito e meditação diante da morte do Senhor, que, ao morrer, foi vitorioso e trouxe a salvação para todos, ressurgindo para a vida eterna.
É preciso manter um silêncio interior aliado ao jejum e à abstinência de carne. Deve ser um dia de meditação, de contemplação do amor de Deus, que nos “deu o Seu Filho único para que quem n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).
Celebração das 15 horas
O ponto alto da Sexta-feira Santa é a celebração das 15 horas, horário em que Jesus foi morto. É a principal cerimônia do dia: a Paixão do Senhor. Ela consta de três partes: liturgia da Palavra, adoração da cruz e comunhão eucarística. Nas leituras, meditamos a Paixão do Senhor, narrada pelo evangelista São João (cap. 18), mas também prevista pelos profetas que anunciaram os sofrimentos do Servo de Javé. Isaías (52,13-53) coloca, diante de nossos olhos, “o Homem das dores”, “desprezado como o último dos mortais”, “ferido por causa dos nossos pecados, esmagado por causa de nossos crimes”. Deus morreu por nós em forma humana.
Neste sexta-feira, podemos também meditar, com profundidade, as “sete palavras de Cristo na Cruz” antes de Sua morte. É como um testamento d’Ele:
“Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”;
“Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso”;
“Mulher, eis aí o Teu filho (…) Eis aí a Tua Mãe”;
“Tenho Sede!”;
“Eli, Eli, lema sabachtani? – Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonastes?”;
“Tudo está consumado!”;
“Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito!”.
À noite, as paróquias fazem encenações da Paixão de Jesus Cristo com o sermão da descida da Cruz; em seguida, há a Procissão do Enterro, levando o esquife com a imagem do Senhor morto, manifestação de união com a Paixão e os sofrimentos do Senhor.
Tudo isso nos ajuda na espiritualidade deste dia. Não há como “pagar” ao Senhor o que Ele fez e sofreu por nós; no entanto, celebrar com devoção o Seu sofrimento e morte Lhe agrada e nos faz felizes. Associando-nos, assim, à Paixão do Senhor, colheremos os seus frutos de salvação.
Fonte: Formação Canção Nova